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De bem com o tempo

Publicada em 15/05/17 as 17:31h por Juliana Coutinho - 360 visualizações

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 (Foto: Reprodução )

Quase em um comportamento de esponja, o ser humano desde que se rendeu aos apelos da vida progressista e apressada passou a absorver milhares de afazeres e obrigações além de sua capacidade normal. Nessa roda gigante que parece não ter fim, os dias e as noites se emendaram e encurtaram para o total desespero dos viventes.

Os relógios continuam os mesmos, foi o modelo de vida que se transformou e inverteu à lógica do bom senso. Uma ambição desmedida tomou conta da humanidade, no sentido de incutir-lhe valores de poder, dominação e sucesso que subtraem sem cerimônia todo o seu tempo. Toda a tecnologia desenvolvida para facilitar o dia a dia e permitir que as horas sobrassem livres para o nosso deleite fracassou.

Ao contrário do que gostaria o ser humano encontra-se soterrado por uma agenda de compromissos que máquina alguma consegue resolver. Os trajetos cotidianos - ir e voltar do trabalho, levar e buscar os filhos na escola, fazer compras de supermercado, realizar serviços bancários e etc. - consomem as horas em um piscar de olhos. Cada vez mais superpopulosos e povoados, os centros urbanos crescem descontroladamente e tornam as distâncias maiores, inviabilizam o trânsito, encarecem os custos dos meios de transporte e fazem reféns diários do estresse os cidadãos.

Diante das obrigações, muitas delas insistem em realizar-se através de longas esperas nas filas. Nelas, a contemplação do correr dos ponteiros do relógio nos angústia e nos coloca frente a realidade da impotência; afinal, não está sob nosso domínio eliminar essa prática de ordenamento dos serviços e da sociedade. Fora das atividades profissionais, propriamente ditas, muitas pessoas também se dedicam ao trabalho voluntário, a cederem parte do seu tempo no auxílio a creches, hospitais, asilos, orfanatos, centros de reabilitação e promoção humana. Seja por uma hora, ou uma vez na semana, o voluntariado exige de quem o pratica tempo de preparação e de planejamento das ações; certamente algo muito gratificante, mas que não deixa de consumir horas bastante preciosas.

Além de tudo que compõe a rotina não fugimos também de uma lista considerável de tarefas supérfluas; embora, sob muitos aspectos, relevantes ao nosso contexto pessoal. Exercícios físicos, por exemplo. A descoberta afirmativa dessa necessidade vital ao bom funcionamento do corpo obriga cada indivíduo a dedicar parte do dia à prática desportiva se quiser pensar na vida em longo prazo. Cortar o cabelo, cuidados com as unhas e os pés, massagens… a vaidade por mínima que seja se tornou no mundo contemporâneo quesito de análise além dos muros pessoais, o mercado de trabalho é extremamente exigente nesse sentido. Assim, mais horas se dissipam nessas ações. Então, chega a hora do lazer, de comprar uma roupa, e o tempo sumiu.

Embora todo esse turbilhão de acontecimentos nos faça sentir vivos, ativos e compromissados com a vida, a sensação que a maioria deixa transparecer é de ter se robotizado. Ultrapassando o limiar de suas possibilidades, as pessoas se excedem para "dar uma satisfação à sociedade" quanto ao seu grau de realização; pessoas muito ocupadas, cheias de atividades, parecem mais importantes e com maior destaque social. Contudo, nem sempre o mais imprime na sua realização o máximo de qualidade. É no equilíbrio entre a vida no seu contexto individual e coletivo que produz o verdadeiro sucesso.

É preciso sentir-se feliz, descansado, motivado para que o planejamento do dia alcance a sua realização; além de contar com as diversas possibilidades de transtornos que implicariam no cancelamento ou adiamento de muito do que foi proposto inicialmente - por isso, a agenda deve ser espaçada e conter menos tarefas ao dia, para não se frustrar diante dos imprevistos. Chegamos a esse mundo sem previsão de partida, contando somente com a certeza de que cada minuto a mais é um minuto a menos; mas, cada milésimo de segundo precisa ser degustado com paciência para que se possa extrair da vida as suas melhores e maiores recordações.

O ser humano não precisa de mais tempo, precisa sim ser mais humano consigo mesmo, mais fraterno, mais condescendente com suas limitações para fazer valer o acordo de vinte e quatro horas que renova diariamente com a vida.






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