"Ele tocou com perfeição e, quando ele terminou, toda a sala de operação entrou em erupção em aplausos", disse Elizabeth Marvin, professora de teoria da música na Universidade de Rochester, em um comunicado.
Os médicos precisavam saber exatamente onde a informação musical era processada no cérebro de Fabbio, para que pudessem mapeá-la. Isso foi possível depois que Marvin juntamente com um professor do Departamento de Cérebro e Ciências Cognitivas da Universidade de Rochester realizou uma série de testes musicais para que Fabbio pudesse tocar seu instrumento dentro de uma máquina de ressonância magnética.
Esse tipo de procedimento consegue detectar as alterações nos níveis de oxigênio, revelando as partes do cérebro que foram ativadas. Durante os testes, Fabbio ouviu e executou uma série de melodias curtas. Ele também realizou exercícios de linguagem, onde identificava objetos e repetia frases.
Durante a cirurgia, o Dr. Web Pilcher usou o mapa do cérebro desenvolvido pelo professor Brad Mahon para guiá-lo. Fabbio repetiu os exercícios de melodia e linguagem para que a professora de teoria da música pudesse indicar aos cirurgiões se eles haviam encontrado ou não uma área do cérebro que interrompeu o processamento da música.
Os médicos precisavam saber se eles conseguiriam preservar a habilidade do músico enquanto realizavam a cirurgia. Então, eles pediram para Fabbio tocar o instrumento durante o procedimento. Marvin escolheu uma canção popular coreana que poderia ser tocada com respirações curtas e menos profundas. Fabbio executou a música com perfeição.
A cirurgia foi realizada para proteger o córtex de áudio primário e outras partes do cérebro do músico, que poderiam afetar sua capacidade de tocar música. Manter pacientes acordados e pedir que eles realizem tarefas pode ajudar os médicos durante procedimentos delicados.
É curioso, mas essa não é a primeira vez que um músico ficou acordado durante uma cirurgia no cérebro. Em 2015, um brasileiro tocou em seu violão a música "Yesterday", dos Beatles. O músico Anthony Kulkamp Dias, na verdade, tocou seis músicas, embora estivesse com mão direita fraca, já que os médicos estavam operando esse lado do cérebro. O tipo de tumor de Dias não foi revelado, mas os sintomas indicavam que o tumor poderia piorar progressivamente. Alguns sintomas comuns de tumores cerebrais incluem alterações mentais e fortes dores de cabeça.
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Foto: YouTube/Reprodução