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Formação cidadã, uma tarefa de todos

Publicada em 20/07/18 as 09:41h por Tábata Amaral - 263 visualizações

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 (Foto: Reprodução)
O bem-estar da nossa sociedade está intimamente ligado a decisões políticas. A eficiência do sistema de saúde, a qualidade das escolas, a eficácia da segurança pública e a dinamicidade da economia dependem das ações (ou inações) dos nossos representantes. 

A política, portanto, faz parte da nossa vida enquanto comunidade e Nação. Sendo assim, não há razão para mantê-la longe das escolas e da formação das nossas crianças. Entender as atribuições de Deputados e Vereadores, aprender sobre diferentes teorias e correntes políticas, debater sobre as leis e decisões cotidianas que impactam diretamente a nossa vida deveria ser atividade cotidiana e curricular em todas as instituições educacionais do nosso país. 

Eu faço parte de um movimento nacional e suprapartidário, o Acredito, que trabalha pela renovação da política brasileira. Acreditamos em um novo congresso, mais contemporâneo. Conectado com a sociedade, com suas demandas e seu ritmo. Acreditamos em uma representação mais transparente e inovadora, que permita maior influência da população no processo legislativo. E isso não acontecerá enquanto a política não fizer parte, de fato, da nossa formação. 

Em uma de nossas campanhas recentes, batizada de #MeuPrimeiroVoto, estimulamos milhares de jovens entre 16 e 18 anos a tirarem seu título de eleitor. Constamos que muitos deles não queriam exercer o direito do voto por não se sentirem capacitados para tomar uma decisão política. São jovens que, ao passarem mais de uma década dentro das salas de aulas, não tiveram contato com processos e dinâmicas que interferem diretamente em suas vidas, de forma tão profunda e decisiva. 

É importante lembrar, como se fosse possível esquecer, que o Brasil atravessa uma crise de representatividade que compromete nosso sistema político. Esquemas de corrupção que perpassam governos, partidos e ideologias. Em meio à indignação generalizada, temos que confiar em nossa capacidade de nos organizar e escolher o futuro que queremos. Mas essa capacidade depende em grande medida da participação jovem, e a educação política mais uma vez se faz não só necessária, mas urgente. 

No sentido contrário dessa necessidade, ganham força movimentos ideológicos como o Escola Sem Partido, liderado por aqueles que acreditam que escola não é lugar de debate político. O movimento é objeto de pelo menos seis dezenas de projetos de lei que tramitam ou já tramitaram nas Casas Legislativas brasileiras. 

Dentre outras coisas, o projeto prevê que o professor não deve se aproveitar da “audiência cativa dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para nenhuma corrente política, ideológica ou partidária”. De fato, o ambiente escolar deve ser livre de debates partidários. Mas, por outro lado, projetos como esse criminalizam virtualmente todo e qualquer debate político que aconteça dentro da escola. 

De acordo com a Organização das Nações Unidas, a ONU, corremos o sério risco de “prevenir o desenvolvimento de um pensamento crítico entre estudantes e a habilidade de refletir, concordar ou discordar com o que é exposto em aulas”. Educadores podem ser punidos por ensinar assuntos que sejam controversos, incluindo política, ciência, história, religiões e educação sexual – algo totalmente em descompasso com as demandas do século XXI. 

É importante ressaltar, ainda, que não há qualquer evidência consistente que indique a necessidade de um projeto como esse. Não há qualquer indício sério de que exista cooptação partidária sistemática e orquestrada dentro das salas de aulas que justifique tamanha mobilização. 

Há, porém, evidências a respeito de outros efeitos da política partidária na qualidade da educação, mas que não é objeto de projetos de lei nem de debate acalorados. É o caso da indicação de diretores escolares, por exemplo. Estima-se que 75% dos municípios brasileiros escolhem seus gestores escolares por meio de indicação política. Uma pesquisa recente liderada pelo Instituto Itaú Social mostra que diretores escolhidos por esse sistema tendem a ter características que prejudicam a qualidade do ensino e o desempenho dos alunos. É esse tipo de interferência da política partidária na escola que me preocupa. 

Como disse a mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, “para mim o melhor modo de lutar contra o terrorismo e o extremismo é fazer uma coisa simples: educar a próxima geração”. E essa educação com certeza deve nos preparar para exercer a profissão mais importante que todos temos, mas da qual muitas vezes nos esquecemos, que é a de cidadãs e cidadãos.




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