Esse jeito esquisito que Jesus tinha de preferir os piores me faz pensar na beleza dos avessos.
Às vezes a gente, na pressa de encontrar, não vê. Quantas vezes na minha vida eu desprezei as pessoas porque eu considerei o agora? É tão doído, né? A gente ser visto somente a partir do presente.
Quando as pessoas olham pra gente e só enxergam aquilo que a gente tem no momento. Isso é fascinante em Jesus. Por isso Ele era capaz de preferir quem Ele preferia. Porque Jesus não era um homem que se prendia no presente. Eu acredito - e acho interessante isso - que os amantes nunca esgotam as criaturas amadas. Porque o amor sobrevive de futuro, né?
Ele consegue enxergar o que a gente ainda não viu. A pessoa que ama consegue enxergar o que o outro ainda não é. Vê o avesso. Vê o contrário da situação.
É tão bonito a gente pensar que a beleza do tecido tem um sustento, uma trama que está por trás de tudo isso. Compreender as pessoas, amá-las, só é possível a partir do momento que a gente entra na trama do avesso.
Quando a gente não enxerga somente aquilo que os olhos podem revelar, podem conhecer, mas sobretudo aquilo que ainda está oculto.
Deus nos ama assim. Porque consegue enxergar o que a gente ainda não é, mas o que a gente ainda pode ser.