Desde então, ele mora no hospital, pois não tem condições clínicas de receber alta e voltar para casa. Leidervan se recuperou parcialmente do acidente, mas sofreu uma para cardiorrespiratória, em que ficou sem respirar por 10 minutos com convulsões frequentes.
O jovem é totalmente dependente: não fala, não anda, enfim, não reage a nenhum tipo de estímulo. Porém, seu corpo mantém os sinais vitais preservados, como a pressão arterial, pulso e oxigenação, além das funcionalidades básicas de sobrevivência. O pai não fica um dia sem ver o filho. Vanderlei chega ao hospital por volta das 19h, depois de encerrar o expediente como vendedor de cortinas na Grande São Paulo.
Ele, inclusive, aprendeu exercícios de fisioterapia para ajudar no tratamento de Leidervan, já que o hospital oferece fisioterapia apenas 3 vezes por semana. Assim que chega ao hospital, Vanderlei beija o filho e inicia massagens específicas nas pernas, braços, tronco, mãos e pés. Depois, ele conversa com o filho, conta as novidades do dia, lê algumas revistas, jornais ou, mais frequentemente, algum capítulo da Bíblia. Quando possível, ele leva o filho ao jardim do hospital para que tome sol, veja as árvores, os pássaros e sinta a brisa do vento no rosto.
Os médicos disseram que Leidervan tem menos de 1% de chance de se recuperar. "Mas se tem 1% de chance, ainda não é o ponto final e eu não vou desistir", disse Vanderlei, que, para manter as duas cuidadoras como acompanhantes do filho, em dois períodos, dia e noite, além das medicações extras, gasta cerca de R$ 7 mil por mês. Ele também vendeu a casa e zerou todas suas economias. Esperançoso, o pai também criou uma página no Facebook, onde relata o dia a dia do filho, e uma vaquinha virtual para conseguir manter o tratamento por mais três anos pelo menos.