Desde criança, o cearense Wilton Silva arriscava rabiscos e acabava desenhando rostos. Nascido em Aracati, a 150 quilômetros de Fortaleza, inscreveu-se para o curso de Economia, mas a mãe deu um conselho valioso: "Você tem que investir na sua arte".
Como palavra de mãe pega, logo ele desenvolveria artes com uma assinatura própria: Will Silva. Aos 33 anos, ele coleciona um acervo de retratos realistas e vive de vender arte. Recebe vários tipos de encomendas, mas as peças mais pedidas são dos Beatles e de Renato Russo.
Descobrimento
Will não sabe a data exata de quando se descobriu artista. Os retalhos da memória trazem imagens de ainda criança, desenhando colegas de escola durante as aulas. Apesar das reclamações para que fosse um bom aluno, a família sempre apoiou o progresso das pinturas. Com o tempo, viu que levava jeito. Foi quando apareceram pedidos para que desenhasse em troca de alguma quantia. Mas Will ainda não levava tão a sério aquela forma de trabalho.
"Eu realmente comecei a acreditar que poderia ser profissão quando tive a oportunidade de conhecer e conversar pessoalmente com o Ed Benes (desenhista de quadrinhos cearense mundialmente conhecido). Ele abriu os meus olhos e minha mente e me fez perceber que o sonho de poder viver da minha arte é bem mais possível do que eu poderia imaginar".
Então, chegou a hora de estudar e praticar mais. Ele fez um curso de quadrinhos em Fortaleza e não parou mais de se formar. Adotou um estilo, o preferido, para continuar desenhando: o realismo. "Também sou apaixonado por caricaturas, que inclusive é o que venho investindo atualmente. Vejo que é algo que chama atenção das pessoas, e resolvi aproveitar e usar esses trabalhos como a porta de entrada para apresentar outros estilos que gosto de fazer".
Desenho
De corpo inteiro ou só o rosto, Will recebe encomendas geralmente de casais ou de familiares que querem relembrar algum parente. Algumas obras já foram apresentadas em exposições de Aracati, mas ele sonha em repercutir em eventos maiores.
"Falo pouco e desenhar é uma forma de me comunicar com o mundo. Além de ser algo extremamente prazeroso. Não tem como explicar a sensação de ver a reação de alguém quando se vê diante de um desenho. Para mim, é um dos melhores momentos. É algo que não tem limites. É onde eu consigo expor os meus sentimentos e tornar visível na imaginação das pessoas".
Por isso, Will encara cada desenho como um novo desafio. Pode ser um ângulo diferente, outra tonalidade ou outro estilo. O que ele realmente quer é que se torne uma peça única não só para ele, mas para quem recebe a arte.
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