Quando o cachorro foi até ele, João estava sentado na cama, agarrado a um esquilo de pelúcia. Surpreendido pela presença do animal, que acreditava não ser permitida ali, os olhos do garoto saltaram e sua boca se arreganhou num sorriso genuíno. Com direito a "lambeijos", afagos e chamados de "au-au", o encontro arrancou sorrisos também dos pais de João, que acompanham a internação do filho desde o último 19 de agosto.
"Ele gosta de gente, de bicho. A felicidade dele é tudo. E quando a gente vê esse sorriso…", suspirou o pai Vinicio Pinheiro, 36.
Terapia
"É uma atividade lúdica. Traz não só satisfação para o paciente, como se cria nele um processo orgânico de fortalecimento da imunidade", explicou o presidente da Unimed Fortaleza, João Borges.
Para Ana Lícia Peixoto, 3 anos, a presença dos animais fez lembrar a Daria e o Nick, seus próprios companheiros de quatro patas. "Ela dizia: 'Quero tirar esses acessos, quero meus cachorros, quero meus cachorros!'", confidenciou Cecília, mãe da menina. Pouco tempo depois, o cão Kona entrou no quarto e se aninhou aos pés de Ana, que disse, preocupada: "Acho que ele quer o meu danone, mas eu já comi".
Mesmo que a visita de ontem tenha priorizado a ala pediátrica, quem também se emocionou ao ver os cachorros foi a professora aposentada Luzanira Honorato, 68, internada há 31 dias. "Eles massagearam minha alma", compartilhou.