Uma ideia que só poderia surgir de alguém que já sentiu na pele os efeitos da depressão. A terapeuta Juliana Infurna conhece bem as consequências da doença e de como a solidão piora tudo.
“A solidão nada mais é do que a profunda sensação de separação e de desconexão com os outros e isso independe de estarmos ou não rodeado de pessoas. A solidão é a clara percepção de que não podemos compartilhar e nos conectar em níveis que importam: que envolvem aquilo que se sente“, disse.
A terapeuta passou por uma fase de tristeza profunda aos 33 anos de idade que abalou todas as suas relações. “Num determinado momento da minha jornada pessoal, eu me encontrei completamente isolada numa dor profunda. Eu não sentia que podia compartilhar o que estava sentindo sem gerar ainda mais sofrimento, para as pessoas ao redor e posteriormente para mim, ao sentir que elas não conseguiriam me ajudar”, relatou.
Foi aí que Juliana decidiu atuar como voluntária em um grupo de ajuda emocional, na esperança de também encontrar ajuda. “Na esperança de que ao ajudar o próximo e acessando a empatia pelo outro, aos poucos este sentimento de compaixão pudesse remendar meu coração e eu pudesse praticar a empatia para comigo mesma“, relata.
Dessa experiência, surgiu a ideia, durante um sonho, de criar o aplicativo Kor-e, que está em fase de testes e deve ser disponibilizado gratuitamente. Pessoas com depressão, tristeza profunda, em solidão e isolamento, podem buscar através do aplicativo uma ajuda humana que elas não têm acesso no dia a dia.
Voluntários treinados ficam de prontidão para acolher pessoas que precisam conversar, receber uma orientação ou simplesmente serem ouvidas.
Vê só como funciona:
“A missão do Kor-e é diminuir a sensação de isolamento e os índices de solidão que vêm arrastando pessoas, cada vez mais jovens à depressão, através da educação e suporte emocional gratuitos à comunidade. O Kor-e busca impulsionar conexões reais e humanas, contribuindo para um mundo mais empático e compassivo emocionalmente”, explicou a Juli Infurna.
Para criar o aplicativo, ela fez uma vaquinha e agora está firmando parcerias para colocar o Kor-e pra funcionar e ajudar muita gente!
“Queremos conectar e unir pessoas pela vulnerabilidade de pedir ajuda e de se colocar à disposição para ajudar. Nós acreditamos no potencial do projeto e na missão que ele se propõe, sobretudo acreditamos que cada colaboração ao Kor-e representa um resgate a este lugar do sentir, ainda tão sufocado e incompreendido atualmente”, finalizou.
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