A moçambicana Plaxedes Dilon, 71 anos, conhecida na comunidade como Gogo Magombo, caminhou 16 quilômetros com um saco de doações sobre a cabeça para entregar às vítimas do ciclone Idai, que atingiu Moçambique e outras nações do sudeste africano no mês passado.
No saco havia dezenas de peças de roupa e utensílios de cozinha para as famílias carentes de uma comunidade vizinha.
Seu incrível gesto de compaixão sensibilizou um dos homens mais ricos da África, que garantiu-lhe uma casa nova e uma pensão vitalícia, para o resto de seus dias.
Gogo Magombo acorda todos os dias às 4 horas da manhã e percorre longas distâncias vendendo roupas, de onde tira sua renda. Certo dia, voltando de mais uma cansativa jornada de trabalho, ela ouvir no rádio a notícia de um grande desastre causado por um ciclone.
“Eu imediatamente juntei minhas roupas e jaquetas que comprei para revender e as levei para a sede da rádio no dia seguinte, para doá-las”, disse ela ao portal ZimLive.
O magnata das telecomunicações e filantropo Strive Masiyiwa, cuja fortuna é avaliada em mais de US$ 3,6 bilhões (R$ 14,5 bilhões), atualmente a oitava pessoa mais rica da África, e muito conhecido por seus atos filantrópicos, soube do ato de generosidade de Magombo por uma publicação nas redes sociais e, tocado pela atitude de Magombo, decidiu dar à ela uma casa nova e uma pensão vitalícia.
No anúncio à imprensa, Strive disse que “ela deu mais do que todos nós juntos”, trazendo à memória a história bíblica d’O Tostão da Viúva, no Novo Testamento, que conta a história de uma mulher que tinha apenas duas moedas para ofertar ao templo – tudo que tinha, – mas que sem pensar duas vezes, ofertou.
Jesus então explica no discurso aos discípulos que os pequenos sacrifícios dos pobres significam mais para Deus do que as extravagantes doações dos ricos. “Esta idosa não tinha 50 centavos para ir de ônibus, percorreu todo o caminho de Mbare para Highlands para doar as suas panelas às pessoas em Chimanimani (cidade moçambicana)”, escreveu no Facebook a Igreja Presbiteriana de Highlands, que recebeu sua doação.
“O que ela fez foi um dos mais notáveis atos de compaixão que eu já vi. Quando tudo isso acabar, eu vou encontrá-la e convidá-la para vir me ver, se possível. Depois, construirei uma casa para ela, onde ela quiser, no Zimbábue. Terá energia solar e água corrente. Depois, darei a ela uma pensão mensal de US$ 1.000 para o resto da vida” prometeu.
A Igreja Presbiteriana de Highlands e as empresas de Masiyiwa têm liderado os esforços de socorro em Chimanimani e Chipinge, os distritos mais atingidos pelo ciclone Idai.